Detalhes do Trabalho
Título PT-BR:
Perfil clínico e comportamental de mulheres com incontinência urinária: um estudo de coorte prospectivo em uma clínica particular
Autor:
Fernanda Riccardi Pereira
Orientador:
Jéssica de Aquino Pereira
Titulação do Orientador:
Dra.
Curso:
Enfermagem
Tipo de Trabalho:
Trabalho de Conclusão de Curso
Assunto:
Incontinência urinária / Qualidade de vida / Saúde da mulher / Estudo de coorte / Estomaterapia / Enfermagem
Ano de Defesa:
2025
Biblioteca:
Digital
Área de Concentração:
Ciências da saúde
Linha de Pesquisa:
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Resumo:
Introdução: A incontinência urinária (IU) é caracterizada pela perda involuntária de urina e representa um problema de saúde pública que afeta significativamente a qualidade de vida de mulheres, especialmente após a menopausa. Apesar de comum, é frequentemente negligenciada, naturalizada e cercada por estigma, dificultando o diagnóstico e o tratamento adequados. Objetivo: Conhecer o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres diagnosticadas com IU em uma clínica particular, bem como identificar padrões de comportamento, preocupações específicas e obstáculos enfrentados pelas pacientes. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado entre agosto e dezembro de 2024 em uma clínica particular no município de Pouso Alegre – MG. Participaram 19 mulheres adultas com queixa de perda urinária e encaminhamento médico para exame de urodinâmica. A coleta de dados incluiu questionário sociodemográfico e clínico, aplicação do instrumento ICIQ-SF e entrevistas semiestruturadas, com seguimento telefônico após 1 e 3 meses. Os dados quantitativos foram analisados no software SPSS e os qualitativos pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Resultados: A média de idade foi de 54,7 anos; a maioria era branca, casada ou em união estável e apresentava doenças crônicas como hipertensão e diabetes. O diagnóstico mais frequente foi IU por hipermobilidade do colo vesical, sendo os sintomas mais relatados o gotejamento pós-miccional, urgência, noctúria e polaciúria. A análise qualitativa revelou cinco ideias centrais: 1) naturalização dos sintomas e percepção tardia da IU; 2) impactos negativos na autoestima e vida social; 3) sentimentos de vergonha, medo e tristeza; 4) dificuldade de acesso e acolhimento nos serviços de saúde; e 5) esperança de melhora com tratamento adequado. Discussão: Os achados demonstram que a IU está associada à idade, menopausa, doenças crônicas, histórico obstétrico e fatores comportamentais, além de provocar repercussões emocionais significativas. Mesmo em contextos privados, ainda há fragilidades no acolhimento profissional e na condução terapêutica. A escuta sensível e a valorização da experiência da paciente mostraram-se fundamentais para a construção de um cuidado mais resolutivo. Conclusão: A IU compromete intensamente a qualidade de vida, autoestima e autonomia das mulheres, sendo essencial promover ações de diagnóstico precoce, tratamento adequado e cuidado integral que considerem os aspectos físicos, emocionais e sociais dessa condição.
Palavras-Chave PT-BR:
Incontinência urinária / Qualidade de vida / Saúde da mulher / Estudo de coorte / Estomaterapia / Enfermagem